terça-feira, 19 de junho de 2007

A Empresa Sublime - Capítulo 3, Métodos de Trabalho

Segunda Parte - Inovação na Prática
Capítulo 3 - Métodos de Trabalho

Existe um número enorme de abordagens de como detonar o processo criativo, aqui vamos ver apenas algumas e de como estes métodos se dividem.

Podemos definir o ato criativo como a ação de reunir dois ou mais elementos diversos para formar um elemento novo e completamente diferente dos demais.
Essa definição vale para a muitas das criações humanas, mas abrange um número limitado, ainda que significativo de inovações.
Podemos definir também o processo criativo como o ato de gerar alternativas para métodos e produtos preexistentes. Essas alternativas podem ser de forma ou de função. Por exemplo: um novo desenho de automóvel é uma mudança de forma, um novo desenho para o pneu do carro que trará mais aderência, é uma mudança de função.
O ato criativo pode ainda referir-se ao ato de pesquisa a respeito de um assunto no qual se tem razoável certeza de que irá se obter algum resultado.
Alguém já disse que esculpir é a coisa mais fácil do mundo: basta tomar um bloco de mármore e remover o que está sobrando! Na prática, o ato de criar é bem mais complicado do que na teoria e para ele acontecer necessita de trabalho árduo e sensibilidade para produzir bons resultados.
Assim para reunirmos elementos para criarmos algo novo, precisamos gerar alternativas e lançar mão de pesquisas.

Podemos dividir em várias categorias os métodos de trabalho para a obtenção de resultados em termos de criatividade.

Métodos de integração do grupo e de percepção de si
Criar é uma brincadeira séria. E uma brincadeira em grupo.
Para que ocorra este jogo entre pessoas com histórias diferentes, é necessário uma constante integração do grupo, formar uma grande família, uma espécie de irmandade para que as pessoas possam dar mais de si para a equipe.
A empresa deve promover as “happy hours”, festas de confraternização, homenagens e reconhecimentos a determinados empregados, reuniões de famílias, esporte, enfim tudo que possa estar relacionado com a amizade e o companherismo.
As práticas físicas em geral trazem excelentes resultados nesse sentido. Algumas escolas de trabalho que possuem métodos de integração de grupo: teatro e dança, psicodrama, biodança, yoga, expressão corporal, etc.
Alguns métodos de trabalho que podem trazer bons benefícios aos participantes:
- relaxamentos,
- alongamentos,
- massagens,
- técnicas de respiração,
- técnicas de uso de voz,
- brincadeiras e jogos,
- exercícios de confissão e exposição,
- exercícios de confiança no parceiro,
- exercícios de percepção do outro,
- etc.
Quem pode coordenar esses exercícios? Pessoal das áreas acima citadas (profissionais de teatro e de dança são boas pedidas).


Métodos de expressão
Ou como comunicar-se.
- exercícios de intencionalidade nas mensagens
- informações não-verbais,
- aprimoramento de linguagens gráficas,
- exercícios de mímica,
- estudos a respeito dos gêneros de comunicação, etc.


Métodos de “brainstorm”
“Brainstorm”, ou “tempestade cerebral” é uma maneira de criar em grupo, muito utilizada nas agências de publicidade, e que tem por função a geração de um grande número de propostas de trabalho.
O brainstorm consiste basicamente em liberar a mente para que surjam novas idéias e para que perceba-se defeitos nas idéias já surgidas. É uma atividade para ser executada em grupo e recomenda-se um número máximo de 8 participantes, sendo 5 um número bastante bom.
Todos devem estar munidos de papel (bastante) e caneta ou lapiseira. Se for necessário um preciosismo, cumpre lembrar que canetas roller e hidrográficas finas dão um traço mais preciso, o que auxilia na precisão dos desenhos, e por isso são mais recomendáveis do que as esferográficas comuns, com ponta de esfera.
Um diretor ou coordenador do grupo é necessário. Vai ser a pessoa responsável para fazer o pessoal cumprir as regras estabelecidas pelo jogo, quando os ânimos ficarem mais intensos. Esse coordenador deve também os tópicos mais importantes e conclusões das discussões.
Existem várias maneiras de trabalhar o “brainstorm”. Vejamos algumas delas.

Brainstorm livre
Cada um no grupo é livre para falar a idéia que quiser a respeito do problema proposto. A única regra é a de que ninguém pode criticar
[.1] a idéia do outro, por mais ingênua ou absurda que possa ser.
A não existência de crítica tem a função justamente de construir em cima das idéias, de forma que uma idéia absurda possa ser a semente de uma idéia mais elaborada que possa a vir a tornar-se uma inovação.
A vantagem deste tipo de brainstorm é a de gerar muitas idéias. Normalmente as idéias são pouco profundas e precisam ser melhor elaboradas. Por isso, depois de escolhidas as melhores propostas, deve-se submeter os novos tópicos a um novo crivo do grupo, que chamamos de destrutivo-construtivo.

Brainstorm destrutivo-construtivo
Cada idéia lançada no grupo é arrasada pelos demais em todos os seus pontos fracos e novas idéias devem ser propostas em cima dos pontos fortes da idéia inicial.
Em uma roda, cada um no grupo deve lançar uma idéia para este processo. O seguinte, tenta destruí-la com críticas consistentes. O próximo tenta defender a idéia e assim por diante. Ao fazer toda a volta, uma nova idéia deve ser lançada por outro participante.
Vantagem: gerar menos idéias do que o método anterior, mas idéias mais consistentes, mais finalizadas.

Brainstorm competitivo
Faz-se dois grupos de trabalho e dá-se um tema. Cada um gera o máximo de alternativas possíveis em um determinado período de tempo (por exemplo, no período da manhã). No final, reúnem-se os dois grupos e elege-se a melhor idéia dos dois e ambos grupos se reúnem (no período da tarde, por exemplo) para extrair o máximo da idéia escolhida: críticas, pontos fortes e fracos, pesquisa de idéias similares, croquis, geração de alternativas de cores, de detalhamentos, etc.
Vantagem: gerar uma única idéia consistente, método bem útil quando se tem que melhorar um produto já existente.


Métodos de informação
O grupo deve tentar chegar ao máximo de informação em comum. Não é má idéia reunir todos os participantes para a troca de conhecimentos adquiridos no decorrer do período, duas horas fixas por semana, por exemplo.
Reunir todo o pessoal de criação em uma sala e cada um que tiver aprendido alguma coisa deve ir à frente e contar a informação aos demais. Isso, além de dividir o conhecimento, ainda deixa claro quem está se esforçando para aprender e ajudar os colegas e quem só está indo de carona com o grupo.
Boletins informativos destas novas informações devem ser redigidos e arquivados de uma forma organizada para uma utilização no futuro.
Catálogos, revistas, livros interessantes, etc. devem passar de mão em mão dentro deste departamento. Por isso, cada publicação, fita ou disco deve estar catalogado e a biblioteca precisa saber quem está com o documento, pois senão muita fonte de informação se perderá por desleixo dos usuários.

Briefing
Um briefing deve ser elaborado toda vez que houver uma proposta de modificação daquilo já existente ou que a criação necessite seguir certas regras pré-estabelecidas.
Deve ser elaborada uma folha de trabalho na qual se precisa responder as seguintes perguntas:
1 Objetivo a ser atingido.
2 Problemas existentes atualmente.
3 Principal diferencial a ser explorado.
4 É produto único ou faz parte de uma linha?
5 Público-alvo.
6 É de uso particular ou de utilização pública?
7 Ficará exposto ao tempo?
8 Dados sobre a concorrência.
9 Obrigatoriedades.
10 Materiais obrigatórios.
11 Vai necessitar embalagens?
12 Vai necessitar elaboração gráfica?
13 Cores obrigatórias.
14 Limites de tamanho.
15 Leis e normas técnicas.
16 Máquinas disponíveis para a produção.
17 Limites de custo.
18 Quantidade esperada de produção.
19 Prazos para a elaboração.
20 Exige sigilo?