quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Dinheiro Eletrônico - 9 até Final

9 Diferenças que ocorrerão no Brasil com a implantação do dinheiro eletrônico.
i. Redução da Violência
Roubos e furtos de valores serão extintos. Com isso, toda a estrutura montada para o combate ao crime poderá ser reduzida. Prisões, delegacias, enfim o sistema de repressão policial como um todo poderá ser reestruturado e utilizado para atividades lucrativas ao país: orientações a turistas, melhorias de fiscalização de trânsito, repressão à violência doméstica, brigas de rua e atividades afins dos meios policiais passarão a ser muito mais eficientes.
ii. Extinção dos tráficos de drogas, pessoas e armas
Sem a possibilidade de um meio de troca que permite a atividade ilícita, esta simplesmente será extinta. Uma expressão como lavagem de dinheiro perderá o sentido, pois simplesmente não existirá.
iii. Melhoria econômica
Um grande engano repetido de forma popular, mas plenamente repudiado por economistas e por aqueles que se debruçam sobre o assunto, é o de que a violência faz mover a economia. Por exemplo, uma fábrica de cadeados existe porque existem ladrões, se esses acabassem, provocaria um desequilíbrio econômico.
Ora, na verdade é preciso considerar não o ganho econômico de, no exemplo acima, da venda de um cadeado, mas principalmente a perda de investimentos que o país e as empresas precisam desperdiçar porque não conseguem investir naquilo que realmente produz riqueza de forma consistente.
Assim sendo, pode-se prever um grande avanço econômico nacional com a implantação de tal sistema.
iv. Competitividade externa
É fato sabido que grandes corporações não constroem estruturas no Brasil simplesmente porque existem grandes corrupção e violência. Países como os escandinavos , por exemplo, beneficiam-se dessa qualidade nacional, atraindo pesados investimentos que beneficiam toda a população.
Com o fim desses fatores diferenciais, o Brasil, com todo o seu potencial populacional, de clima e de território privilegiado ganharia uma enorme vantagem competitiva em relação a numerosos países.
v. Fim da corrupção no meio político
Uma vez que não existe maneira de efetuar pagamentos sem origem e destino, ficaria muito flagrante qualquer tentativa de suborno ou qualquer tipo de favorecimento em troca de pagamento. Na política se passaria a discutir muito mais idéias do que favores.
Organizações não-governamentais poderiam ser facilmente controladas, tornando-as plenamente eficientes nos fins a que se destinam.
vi. Impostos não mais poderiam ser sonegados
Com o fim do dinheiro em espécie, todo o dinheiro arrecadado poderia ser trilhado, de maneira que passaria a ser praticamente impossível de ocorrer a sonegação fiscal.
vii. Desenvolvimento de empresas
Muitos investidores e empreendedores não iniciam negócios porque sabem que podem sofrer desvios devido ao fato de que um caixa precisa ter funcionários de confiança ou extremo controle. Com o dinheiro eletrônico, um sem-número de pequenos negócios passariam a aflorar, criando assim uma nova economia com ênfase as micro e pequenas empresas, pois essas não mais precisariam competir com as maiores que possuem maior estrutura de controle. Empresas não poderiam ser lesadas e o “caixa dois” deixaria de existir.
viii. Dificuldades ao terrorismo
Uma das grandes preocupações humanas, principalmente após os atentados de 11 de setembro de 2001, é a respeito do terrorismo. Materiais tóxicos e perigosos que podem ser usados para a confecção de bombas e outros artefatos usados por organizações terroristas poderiam ser facilmente controlados, pois aqueles que vendem esses componentes e aqueles que financiam os terroristas seriam facilmente relacionados aos eventuais crimes.
ix. Subornos a policiais
Seriam praticamente liquidados, pois tanto o corrupto, quanto o corruptor seriam rapidamente identificados e punidos. Subornos menores, como carteiras de cigarros ou outros presentes já hoje são bastante reduzidos em nosso país, pois são decorrentes do nível de empobrecimento das forças policiais que já está sendo superado. Ainda que tal ato exista em diversos países sul-americanos, pode-se prever que também será extinto com as melhorias econômicas dos diversos países.
x. Ampliação de máquinas de atendimento automático.
Negócios sobre as chamadas “vending machines” teriam o seu uso ampliado porque uma das grandes dificuldades atuais é recolher e contar o dinheiro arrecadado sem que ocorram desvios.
xi. Negócios noturnos e em bairros perigosos
As possibilidades de negócios se ampliariam muito para o período noturno e locais com menor segurança, uma vez que a possibilidade de perdas e agressões por roubos seriam praticamente eliminadas. Isso faria com que as cidades se descentralizassem aos poucos e locais hoje considerados mais pobres se desenvolvessem, criando assim uma maior equalização social.
xii. Calotes seriam mais difíceis
Uma vez que as transações seriam diretas, à vista ou não, métodos de recebimento poderiam ser estabelecidos, com o estabelecimento de prioridades para recebedores, no caso de falências e concordatas, de modo que esses pagamentos não precisariam ser determinados por meio judicial, apenas por lei ordinária que seria cumprida pelos bancos.
xiii. Redução da burocracia
A burocracia é diretamente decorrente dos meios para o controle de corrupção. Com o fim do dinheiro em espécie, servidores públicos poderiam ser remanejados para atividades voltadas à arrecadação e investimento e não tanto dirigidos aos meios de controle.

10 Conclusão
Como podemos perceber, o dinheiro eletrônico é perfeitamente possível do ponto de vista tecnológico e perfeitamente justificável economicamente, estando a sociedade e a tecnologia aptas para dar tal passo.
Os empecilhos para o surgimento de uma mudança de paradigma no sistema de pagamentos atual não estão na viabilidade técnica do projeto, mas sim no convencimento de algum grande órgão governamental e de grandes empresas que esta é uma idéia que poderá mudar não só o país, mas também o mundo como um todo de forma positiva e muito profundamente e ao mesmo tempo auferir enormes lucros aqueles pioneiros.
Imaginemos agora o impacto social deste projeto.
Sem roubos, as empresas seriam mais produtivas, os governos poderiam prover muito mais infra-estrutura com um menor custo em burocracia, a ação da polícia precisaria ser na maioria dos casos muito mais branda, muitos crimes deixariam de ser cometidos. Praticamente acabaria o terrorismo pela impossibilidade de financiamentos.
Sem corrupção todas as políticas públicas seriam muito mais fáceis de implantar, o planejamento do país seria muito mais eficiente. As empresas poderiam atuar muito mais livremente e os impostos seriam reduzidos porque todos pagariam sem sonegação.
Em outras palavras, o dinheiro eletrônico talvez seja a primeira grande utopia humana que tem chances de se concretizar e trazer enormes benefícios no que tange à redução das desigualdades e melhorias sociais.

Dessa maneira, aqui consideramos o dinheiro eletrônico uma idéia não só digna de entusiasmo por parte daqueles empenhados em uma melhoria social, mas também de amplas possibilidades no que tange aos avanços dos grupos humanos, podendo vir a ser uma revolução em nível não só nacional, como mundial.
O resultado deste trabalho pode vir a ser um fabuloso empreendedorismo social, um verdadeiro divisor de águas na história. Além disso, as necessidades de custo são ínfimas em relação ao benefício, por isso se acredita ser este um projeto que mereça toda a atenção de todos aqueles realmente interessados em conter a violência e a corrupção.

Voltar para o Início deste Texto

11 Bibliografia

ANTUNES, L e BONOW, L. Leitor Combinado de Cartões Inteligentes sem Contato e Leitor Biométrico. Depósito de patente INPI: MU8402520-4. 2004.

ANTUNES, L e BONOW, L. Driver Combinado de Memórias e Leitor Biométrico. Depósito de Patente INPI. 2004.

MARINO, Caio. A Próxima Revolução. Website: http://www.aproximarevolução.com.br/.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Origem da Moeda. Website:
www.bcb.gov.br/?MORIGEMOEDA.

GRABIANOWKI, Ed. Como Funciona o Dinheiro. Trad. HowStuffWorks Brasil. Website:
http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/dinheiro6.htm

MONTEIRO, Luciana de A. Moeda Eletrônica – Conceitos e Protocolos de Segurança. Curso de Extensão em Criptografia e Segurança na Informática, Turma 2:Trabalho final. Universidade de Brasília. 1998.

12 Glossário
ATM (Automatic Teller Machine) – Máquina de atendimento automático utilizada em bancos
Caixa Dois – dinheiro paralelo a uma empresa que não entra na contabilidade oficial.
Cash – Dinheiro em espécie, em meio físico.
Chip – Circuito eletrônico miniaturizado.
Driver – equipamento físico que coloca em contato uma máquina com uma memória portátil.
DVD – Disco Laser
Gaiola de Faraday – grade ou caixa metálica que impede a penetração de correntes elétricas e prejudica a transmissão de ondas de rádio.
GPS (Ground Positioning System) – Sistema de posicionamento eletrônico global utilizado em barcos e aviões.
Hardware – o meio físico dos computadores.
Laranja – Indivíduo que cede o seu nome para que outro pratique ato econômico ilícito.
Mp3 – Sistema de som portátil.
Off Line – desligado de um sistema ou banco de dados. Que não está conectado a tal sistema.
On Line – executado em contato direto com um banco de dados ou sistema de comunicação digital.
Palmtop – computador pessoal de tamanho reduzido.
Protocolo IP – Protocolos de transferência eletrônica por Internet
RFID (Radio Frequency Identification) – antena de rádio freqüência que pode ser instalada em peças de tamanho mínimo, em conjunto com um circuito eletrônico, e que serve para armazenar e transmitir informações sem contato físico.
Smart Card – cartão inteligente. Tipo de cartão com chip eletrônico que permite grande capacidade de armazenamento.
Software – Programas e bancos de dados de computador
Vending Machine – máquina automática para venda de produtos, normalmente usada para refrigerantes, cafés ou lanches.
Wireless – sem fios. Diz-se de comunicação por meio eletrônico sem conexão por meio físico.