quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Dinheiro Eletrônico - Início até Capítulo 2

Estudo que Visa Eliminar o Dinheiro em Espécie e Implantar um Dinheiro Eletrônico

Sumário
1 Introdução
2 Origens do Dinheiro
3 Apresentação

3.1 Diferenças Entre o Dinheiro Eletrônico e o Dinheiro “cash”
4 Funcionamento
4.1 – 4.7 Explicações Específicas de Funcionamento
5 Segurança
6 Tecnologias e Possibilidades de Avanço Tecnológico
7 Implantação
7.1 Metas de Implantação

7.2 Parcerias para o Desenvolvimento do Sistema
8 Considerações
9 Diferenças que ocorrerão no Brasil com a implantação do dinheiro eletrônico

10 Conclusão
11 Bibliografia
12 Glossário

1 Introdução
Desde há muito, o fim do dinheiro em espécie vem sendo preconizado. No entanto, o sonho do chamado “dinheiro de plástico” nunca se concretizou por falta de uma tecnologia que dê ao mesmo tempo segurança nas operações monetárias, simplicidade e uma forma de comunicação entre operadora financeira e comerciante que permita que o seu uso seja amplo na população e não apenas aqueles que vivam em uma grande cidade ou tenham acesso a estabelecimentos conveniados ao sistema.
Os cartões bancários possuem falhas que vemos todos os dias na imprensa: possibilidade de clonagem, seqüestros, erros, etc. E o maior defeito é mesmo estrutural: não é para todos, mas apenas para aqueles que tenham crédito em banco, os pequenos correntistas não são clientes visados para a grande maioria dos estabelecimentos.
A solução é uma idéia que existe em muitos filmes de ficção científica: acabar com o dinheiro em espécie sem acabar com o capital, ou seja, possibilitar que indivíduos realizem operações financeiras sem todos os entraves listados acima.

A proposta deste projeto é acabar com o dinheiro “cash”, isto é, fazer que toda e qualquer transação financeira passe de uma conta bancária para outra, sem o uso de um meio físico.

A maneira tecnológica de isso ser realizado só foi possível após a descoberta dos “smart cards”, inicialmente inventados nos anos 70, mas com as suas capacidades de armazenamento compatíveis com as necessidades de um verdadeiro dinheiro eletrônico sendo desenvolvidas apenas no início do século XXI.
“Smart cards”, traduzidos literalmente por cartões inteligentes, são dotados de um “chip” eletrônico que permite o armazenamento de informações. Os smart cards são amplamente utilizados em diversos usos: cartões de débito ou crédito, cartões de vale-refeição, de transporte, de ingressos a espetáculos, etc. Para implantação de tal sistema não será preciso efetuar qualquer mudança nos atuais cartões, bastando para tal propiciar transformações apenas nos software e driveres de leitura.
Os cartões inteligentes, portanto, e todas as tecnologias que dele derivarem são as formas mais promissoras de criação de um verdadeiro dinheiro eletrônico.
Quais seriam as conseqüências de tal tecnologia, posto que todo o dinheiro poderia ser trilhado com origem, destino e escalas em cada vez que fosse negociado?
- Traficantes não mais poderiam vender drogas, pessoas, armas ilegais ou qualquer mercadoria ilícita. Grandes máfias seriam extintas;
- Acabaria a corrupção no meio político;
- Fundos sociais não mais poderiam ser desviados de contas públicas;
- Empresas não mais poderiam ser lesadas;
- Impostos não poderiam ser sonegados;
- Financiamentos a terrorismo poderiam ser trilhados;
- “Caixa dois”, corrupção de policiais e outros funcionários públicos, subornos, e outros pesadelos atuais poderiam ser eliminados.
Enfim, tudo aquilo em que se pensar de errado do mundo ocasionado pela existência de dinheiro “cash” poderia se tornar coisa do passado.
Veja-se bem, muito rapidamente, pois a grande dificuldade é a vontade política, não empecilhos tecnológicos.
Como se sabe, o grande entrave ao desenvolvimento da maioria dos países é justamente a corrupção. O projeto de acabar com o dinheiro em espécie tem por objetivo trazer prosperidade aos povos e poderia ser aplicado, se existisse empenho, em um período muito curto.
Não estamos aqui falando de apenas mais uma forma de efetuar transações bancárias, mas sim de uma verdadeira mudança de paradigma nas relações comerciais entre os indivíduos e entre diversas populações e grupos humanos.
As conseqüências e vislumbres que essa tecnologia poderá trazer serão mais bem discutidos a seguir.


2 Origens do Dinheiro
A partir da troca de mercadorias necessárias para si e para seu grupo, o homem primitivo logo percebeu a necessidade de um meio de troca.
As primeiras formas de moeda foram as permutas de umas mercadorias por outras, o chamado escambo, mas logo essas mercadorias se tornaram padronizadas, como foi o caso das permutas de gado ou o sal. Dessas trocas temos até hoje palavras com essa origem: pecuniário, vem de “pecus” (gado) e salário se origina em sal. No Brasil, o açúcar, o pau-brasil, o tabaco e o pano já foram utilizados como moeda, uma vez que durante os primeiros tempos da colonização, o numerário era quase inexistente.
Com o desenvolvimento do processo civilizatório, passou-se a utilizar metais como forma de troca, salientando-se o ouro e a prata, ligados a rituais religiosos por suas cores parecidas as do sol e da lua. Esses metais passaram a ser confeccionados em determinados formatos, como o de pele de animal ou de faca.
Por volta do século VII a.C., surgiu na Grécia a moeda com o formato similar à atual que logo recebeu cunhagem de pessoas e animais.
Outra evolução do meio de troca surgiu na Idade Média, quando recibos em papel de depósito em escritórios de ourives passaram a circular, surgindo assim o papel-moeda. No Brasil, os bilhetes de banco surgiram apenas em 1810, inicialmente preenchidos à mão.
Assim, desde os primórdios das civilizações, o dinheiro foi utilizado como forma de troca, sendo durante milênios a única maneira de efetuar transações comerciais entre indivíduos.
Apenas nos anos 20 do século XX é que começaram a surgir os primeiros cartões de crédito, mas em um modelo que lembram os cartões-fidelidade atuais, ligados apenas a uma rede ou ramo de comércio. O primeiro cartão com formato similar aos dos modernos, o chamado Cartão de Crédito Universal que permite comprar em estabelecimentos diversos foi lançado pela Diners Club em 1950, inicialmente apenas como um privilégio para milionários, mas rapidamente espalhado para grande parte da população. A maior operadora atual de cartões de crédito, a VISA, começou ligada ao Bank of America em 1958.
Esses precursores foram rapidamente seguidos das transações eletrônicas algumas décadas depois. São esses avanços tecnológicos e de aceitação social do dinheiro como meio eletrônico que permitem pensarmos em um passo seguinte que é a criação de um verdadeiro dinheiro eletrônico.

Capítulos 3 e 4